Aluna recém-formada em Radialismo pela UNESP Bauru apresenta TCC sobre acessibilidade

O trabalho ressalta a importância da Audiodescrição na Sociedade

Laís Papa

Ana Beatriz Taube Stamato, escolheu o tema acessibilidade, com enfoque na audiodescrição, para desenvolver e apresentar seu Trabalho de Conclusão de Curso de Comunicação Social: Radialismo, pela UNESP Bauru, em 2017. A recém-formada definiu este tema por já ter tido contado com a área, por meio de projetos e de uma iniciação científica, além de poder inserir o uso de recursos audiovisuais.

O trabalho, que possui o título de: Proposta de um novo modelo de acessibilidade: a audiodescrição e a importância da coerência com a obra original e seu público-alvo, tem o objetivo de explicar o que é a audiodescrição e sobre como ela pode ser aplicada. “Meu intuito foi traçar a história da Audiodescrição, seus métodos de utilização no Brasil e no mundo e discorrer sobre a importância da fidelidade do recurso à obra visual atrelada”, explica Ana.

A Audiodescrição ajuda as pessoas com deficiência visual a ter acesso as informações” Crédito: Pxhere

Ao abordar o tema, a aluna chamou a atenção para a importância de promover um melhor acesso às informações para pessoas com deficiências visuais, disléxicos, analfabetos e até mesmo com problemas de visão, como idosos. “Poder contar com esse tipo de recurso é fundamental, pois ele não é importante apenas no lazer, mas para acessar todo e qualquer conteúdo visual sobre saúde, educação, transporte, entre outros”, ressalta a radialista.

Para exemplificar como a audiodescrição é aplicada, a radialista realizou a análise de quatro filmes que contém esse recurso e estão disponíveis em DVD. Os longas foram escolhidos por estarem disponíveis em grandes lojas e a ex aluna encontrou dificuldades quando estava realizando sua pesquisa. “Não há um catálogo que expõe quais possuem ou não recursos de acessibilidade e nenhum profissional é instruído sobre a existência dos mesmos, então, selecionei os filmes que me permitissem estudar diferentes itens da construção cinematográfica”, relata Ana Beatriz.

Os filmes escolhidos foram: Ensaio Sobre a Cegueira (2008), Nosso Lar (2011), O Palhaço (2011) e Praia do Futuro (2014). Em cada um deles, Ana explorou um aspecto diferente.  No filme “O Palhaço, foi feita a análise da arte e dos enquadramentos e no longa “Ensaio sobre a cegueira”, a construção das cenas. Já em “Praia do Futuro”, foram exploradas as cores e no filme “Nosso Lar” os movimentos de câmera.

O filme “O Palhaço” foi uma das obras analisadas no TCC de Ana Beatriz Stamato. Crédito: Divulgação

Além das dificuldades em achar filmes com o recurso de audiodescrição, a recém-formada também encontrou obstáculos em ter acesso a grupos de pessoas com deficiência visual e referenciais teóricos sobre o assunto. “Acessar os materiais mais novos dos países que estudam há mais tempo a acessibilidade audiovisual foi complicado. Precisei entrar em contatos com outros países, como Espanha e Inglaterra, para conseguir a bibliografia adequada para construir meu projeto”, lembrou a ex-aluna da FAAC.

O TCC visa explicar o que é a audiodescrição e como ela pode ser aplicada. Crédito: audiodescrição

No final de seu trabalho, a recém-formada conclui que o estudo sobre acessibilidade se faz necessária e que ainda falta pesquisa sobre o tema.” A atenção para esse setor é escassa, mas a demanda é crescente. “No caso do meu TCC, pude expor a acessibilidade visual em filmes de entretenimento, mas a Audiodescrição também serve para ajudar na educação, na saúde e em toda e qualquer informação visual em que pessoas com deficiência visual se deparam todo dia”, completa Ana Beatriz.